domingo, agosto 12, 2007

Yin - Yang

Ontem assisti a uma cena de namorados que por si só me fez rir bastante e pensar bem no meu papel como mulher, mas hoje, lendo o blog Vida de casado foi quase inevitável não tornar isto num pensamento mais profundo e impossível de não registar.

A cena foi a porta da discoteca aqui em Beja.
Sai uma rapariga com um ar bastante zangado, passados alguns segundos segue-se o rapaz, com ar sorridente, queria controlar-se mas não podia, por isso talvez lhe tenha dado esse tempo, não sei. Respirou fundo e depois soltou… ‘mas não era nesse sentido, eu não te queria ofender’ …

Foi uma cena de namorados como outra qualquer mas, sem dúvida, que me chamou a atenção para o papel dramático, roçando o ridículo, que uma mulher pode chegar a fazer por não controlar a sua sensibilidade (ou TPM, ás vezes a culpa não é sempre nossa). Foi engraçado perceber que aquela questão de nos vermos no outro pode trazer revelações bastante promissoras num sentido de ascensão no percurso de evolução pessoal (ascensão se considerarmos no topo o ser a melhor pessoa que podermos ser).

A outra revelação importante no meu crescimento pessoal foi a frase lida no Vida de Casado, onde ele nos descreve de um modo que eu nunca nos tinha perspectivado, porque obviamente, tenho uma visão demasiado feminina de mim mesma.

“Afinal temos que nos lembrar que as mulheres, ao contrário de nós homens, tem um defeito genético qualquer que faz com que, quando estão a ver televisão, continuem a pensar.”

É impressionante o humor com que este senhor fala, ao mesmo tempo, de aceitação, da nossa complexidade feminina e da facilidade com que o homem se consegue abstrair de demasiadas coisas, mas que nem por isso tem menos sensibilidade. Descreve-se como “Sempre disponível para fazer tudo o que for necessário, para que elas sejam felizes, e sempre com um sorriso nos lábios.” mostrando a toda a população que sofra de demasiado Yin nas suas atitudes e pensamentos, que o homem, nem sempre é tão alheado da realidade como possamos pensar, mas que para isso temos de dominar os nossos génios e dar-nos a oportunidade de observar isso, basta parar e observar.

(se calhar temos que parar e não pensar por alguns minutos, mas se for para perceber que eles estão a fazer tudo o que lhes é possível para agradar, se calhar o esforço, merece a pena :) )

sábado, agosto 11, 2007

Cada coisa é o que é

Vinda de férias, tive alguns problemas no computador, por isso se foram estendendo os tempos sem postar mas há várias questões in_úteis em que ponderei durante as férias e gostaria de partilhar, tirem delas, o mais in ou o mais útil consoante vos apeteça.

Uma das questões com que mais me deparei estas férias, é a vontade gritante que as pessoas têm de se abrir para a sua espiritualidade. Entendo por viver a espiritualidade, a vida que se proponha a adquirir uma consciência mais plena. A minha grande mestre Nalanie Chellaram, recorda-me bastantes vezes… "As the mind, so the man", provérbio este que se for interiorizado e consciencializado pode levar a uma mudança interior profunda a que chamo, viver a espiritualidade, abrir-se a uma parte de si que não seja perturbada e confusa, entender o universo como uma coisa de regras simples, constantemente exemplificadas na Natureza.

Visitei a Fnac e vi que este é o tema do ano, sem qualquer dúvida. Há livros de todos os tipos, para os que já sabem que têm que mudar, para os que ainda sofrem muito porque são vitimas do universo e de um Deus que se esqueceu deles, para os que sofrem mas já perceberam que são vitimas de si mesmos, para os que acreditam que fazem parte de um cosmos divino e para os que ainda precisam da ciência a dizer que se calhar há mesmo a possibilidade de existir uma lei de atracção em que o positivo atrai o positivo e que haja coisas que ainda não pode explicar completamente.

É interessante pensar que a abertura de consciência está a fazer uma tentativa de expandir-se, espalhar-se pelas pessoas. É bom pensar que as pessoas estejam a admitir uma verdade além das suas perspectivas. Nem sempre conseguimos Ver a verdade, com os olhos físicos e não significa essa impossibilidade humana, que a verdade não exista ou não se manifeste de outras formas. Como pessoa interessada nas pessoas, e seus problemas sempre me dediquei a estes temas de crescimento pessoal, lia filosofias, psicologias e essencialmente Observava as pessoas. Observo muito... e uma das coisas com que me deparei foi que as pessoas mais infelizes, ou com mais problemas contém, quase sempre, uma grande dose de soluções para problemas alheios, ou uma grande dose de possibilidades exteriores directamente responsáveis pelos seus problemas.. ‘se ao menos tivesse aquele carro’ ‘se ganhasse o euromilhoes’ ‘se ele gostasse de mim’ … tudo se deve a um factor exterior a si, deixando a pessoa, em si, completamente livre para continuar a fazer aquilo que bem lhe apetecer porque nunca será responsável num sistema de fugas como este. Todos, alguma vez (ou muitas como é o meu caso) já entramos neste sistema que nos iliba sempre de ser os responsáveis. Ser humano sem essa parte é quase não o ser, é quase como um lisboeta que não conheça os pastéis de Belém, ou um alentejano que não tenha provado migas, ou um português que não tenha ouvido anedotas sobre os funcionários públicos.

De todos os livros, quase sempre, são os que dizem as coisas mais simples que me fazem pensar mais, um deles sugere:

Que tal, aceitar.... Aceitar que Cada coisa é o que é… cada homem, cada situação. As coisas são o que são, eu sou aquilo que sou, não sou aquilo que fui nem aquilo que seria, sou o que sou. As coisas não têm que ser aquilo que gostaríamos, ou aquilo que nos desse mais jeito, são o que são. Podemos gostar, mas não foi isso que implicou que aquilo fosse o que fosse. Podemos não gostar, mas isso não altera o estado de ser da coisa, ou da pessoa, ou da situação que estamos a viver.... 1º passo, aceitar. Aceitar aquilo que temos.

(Queria terminar por aqui, mas parece quase inevitável sugerir, que alguns não entrem em pânico por não ter o que sempre desejaram, e que não é por terem comprado o The Secret que vão ter... há que pensar, fazer, sentir algo diferente, para ter coisas diferentes das que sempre tivemos. Este pode ser um 1º passo, considerando, nestes casos, não entrar em pânico o 2º :))